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Segurança baseada em dados reduz a criminalidade

A Segurança inteligente nos Centros de Monitoramento é resultado da integração de diversas tecnologias para ajudar a reduzir criminalidade.

O fortalecimento da segurança urbana no Brasil representa um passo fundamental para a transformação de suas cidades em ambientes mais inteligentes e seguros, reduzindo a criminalidade. Num mundo cada vez mais digitalizado a tecnologia apresenta-se como uma aliada estratégica para fazer face aos desafios no âmbito da segurança, proporcionando soluções inovadoras. Esta necessidade torna-se evidente quando consideramos os elevados índices de criminalidade em diversas regiões do país.

 

Andrei Junqueira I  Milestone Brasil

 

De acordo com dados compilados na edição 2023 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2022 o Brasil registrou um total de 47.452 mortes violentas intencionais (MVI), número que implica uma ampla gama de situações: desde homicídios dolosos, incluindo feminicídios e assassinatos de policiais, até roubos seguidos de morte. Estas estatísticas revelam a situação da violência enfrentada no país, onde urge a implementação de medidas eficazes para abordagem da problemática e para garantir a segurança de todos os cidadãos.

Neste contexto é importante ressaltar a existência de tecnologias que permitem potencializar os dados oriundos dos diferentes serviços públicos disponíveis nas municipalidades a fim de aprimorar a qualidade de vida de seus habitantes e garantir um ambiente urbano seguro e sustentável.

Dentre as formas para viabilizar uma segurança mais inteligente nas cidades destacam-se a implementação e o fortalecimento dos Centros de Monitoramento C5, também conhecidos como Centros de Comando, Controle, Comunicações, Computação e Coordenação. Essas instalações, equipadas com alta tecnologia, permitem coordenar as atividades das diferentes instâncias dos serviços públicos, em casos de emergência, por meio da agregação dos RTCC (Real-Time Crime Centers), que desempenham um papel fundamental no aprimoramento das capacidades dos C5, possibilitando antecipar e responder de forma mais eficaz às ameaças.

 

RTCC e a contribuição para a segurança pública

Centro de controle integrado reduz criminalidade

Os RTCC proporcionam uma significativa evolução na gestão da segurança pública. Essas plataformas, ao integrarem os dados de câmeras de segurança e de sensores de disparos, entre outras tecnologias, operam como nós centrais de coleta, análise e direcionamento de informações críticas para a prevenção e resposta aos delitos. Isso possibilita coordenar recursos, orientar os esforços para áreas de impacto elevado, crimes já perpetrados ou em execução, delinquentes de grande periculosidade ou eventos públicos de larga escala, que podem exigir respostas rápidas para a aplicação das leis.

No Brasil, em um cenário de crescentes desafios de segurança é fundamental a implementação de Centros de Monitoramento C5 e de outras plataformas evolutivas. Dotados de tecnologias avançadas e operados por equipes especializadas, os C5 tornam-se componentes indispensáveis na luta contra a insegurança. Para além de simplesmente atuarem face aos eventos delituosos, os C5 conseguem coordenar respostas, otimizar os recursos disponíveis e, sob essa perspectiva, a sua operação pode ser potencializada com a adoção de tecnologias inteligentes.

 

Integração tecnológica reduz a criminalidade

Os RTCCs possibilitam integrar tecnologias avançadas, com ênfase para a análise de dados alimentada por inteligência artificial, que viabiliza uma abrangente consciência situacional. A integração dessas tecnologias potencializa as funcionalidades, a fim de identificar as ameaças de forma proativa e orientar eficazmente os recursos disponíveis. Entre as tecnologias que podem ser integradas nessas plataformas, destacam-se:

 

  • Câmeras IP: dispositivos utilizados para a vigilância contínua de áreas estratégicas nas cidades, com imagens de altíssima resolução e em tempo real para a detecção de atividades delituosas, possibilitando a ação mais rápida e eficaz das forças policiais.
  • Análise de vídeo: Analisar e reunir evidências a partir do vídeo gravado pelas câmeras de segurança é crucial para os RTCCs. Quando ocorre um incidente, existem plataformas com analíticas que permitem condensar e filtrar horas de gravação para resolvê-lo rapidamente. As funções de rastreamento e monitoramento não apenas auxiliam nas investigações, mas também permitem que as autoridades mantenham um olho virtual sobre objetos, veículos e pessoas.
  • Sistemas de LPR: algoritmos de análise inteligente de imagens que são integrados às câmeras de vigilância para o rastreamento automatizado de veículos, permitindo a leitura e a identificação das placas, e com isso, a ação em tempo real quando necessário.
  • Redes de sensores: dispositivos variados, incluindo sensores sísmicos para detectar tentativas de arrombamento, sensores de qualidade do ar para identificar substâncias poluentes perigosas e sensores acústicos para alertar sobre eventos como disparos, explosões ou altercações, entre outras funcionalidades.
  • Bases de dados relacionais: acesso direto à múltiplos repositórios de dados, nas esferas municipais, estaduais e federais, com registros abrangentes e atualizados sobre os cidadãos ou veículos procurados.
  • Softwares de cartografia: possibilitam a identificação geográfica e situacional dos eventos para uma alocação mais ágil e estratégica dos recursos, sob a forma de mapas interativos eles são integráveis por meio das tecnologias de SIG (Sistema de Informação Geográfica, ou GIS do inglês, Geographic Information Systems).
  • Drones: equipados com câmeras de alta resolução proporcionam ângulos de visão abrangentes de áreas e de eventos críticos, e otimizam a tomada de decisão e a coordenação das operações de segurança. No Brasil sua utilização está sujeita à regulamentação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
  • Conectividade em nuvem: eliminando a exigência de infraestruturas de TI locais, possibilita o acesso remoto a dados e vídeos de importância crítica e que são armazenados com segurança, simplificando o dimensionamento e a escalabilidade dos recursos, potencializando dessa forma a colaboração entre as diferentes instâncias públicas e privadas envolvidas.

 

Tecnologia de plataforma aberta, a chave de tudo

Todas essas tecnologias podem ser integradas por meio de um software de gerenciamento de vídeo (VMS) de plataforma aberta, que possibilita coletar, visualizar e analisar dados de múltiplas origens para facilitar a coordenação das respostas. Um VMS robusto permite a integração de câmeras, sensores, analíticos e outros sistemas por meio de APIs abertas e de kits de desenvolvimento de software (SDKs).

Por meio da integração de tecnologias avançadas, análise de dados e colaboração entre os órgãos de segurança pública, as municipalidades conseguem antecipar e responder de forma mais eficaz às ameaças criminais, reduzindo assim a delinquência e aprimorando a resposta face às diversas emergências.

Do ponto de vista da segurança, uma cidade inteligente se beneficia da tecnologia e dos dados para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos e garantir um ambiente urbano seguro e sustentável. A implementação de tecnologias avançadas representa um passo relevante para o estabelecimento de cidades mais inteligentes no âmbito da segurança.

As altas taxas de criminalidade no Brasil, que alcançam 65,62 (em uma escala de 0 a 100), de acordo com a edição 2024 do Índice de Criminalidade por País da plataforma colaborativa NUMBEO, ressaltam a necessidade de enfrentamento dos desafios de segurança pública com abordagens avançadas e proativas. Neste contexto, os RTCCs e a análise inteligente de vídeo posicionam-se como ferramentas cruciais para reforçar a segurança no país. Estas soluções, respaldadas por um VMS de plataforma aberta que facilite a escalabilidade necessária, proporcionam uma resposta eficaz e adaptável à evolução nas demandas de segurança das municipalidades no Brasil e globalmente.

 

Andrei Junqueira é Channel Business Manager da Milestone Brasil

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Eduardo Boni

Jornalista e Diretor de Conteúdo do Portal Security Business

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