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Thales e Speedbird Aero anunciam acordo tecnológico de drones para delivery no Brasil

O Brasil deve ser o principal mercado de drones da América Latina, com volume de negócios estimado em US$ 373 milhões anuais pela Drone Industry Insights.

A Thales, líder global em alta tecnologia, e a Speedbird Aero, plataforma de logística de drones, uniram forças em uma parceria inédita no Brasil para criar sistemas de gerenciamento de tráfego de drones que serão usados para aplicativos de delivery no país. O acordo foi assinado nesta quarta-feira, 10 de maio, durante a DroneShow, que está sendo realizada em São Paulo.

O trabalho conjunto envolverá equipes de engenharia da Thales no Brasil, Estados Unidos e França para desenvolver operações Beyond Visual Line-of-Sight (BVLOS), quando o piloto remoto não tem alcance visual do dispositivo. Nos próximos três anos, as duas empresas continuarão focadas em estudos de viabilidade econômica de tecnologias, infraestruturas e modelos de negócios para projetos-piloto no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e possivelmente em outras localidades durante o curso dos projetos.

A Thales apostou nas oportunidades de negócios do mercado de aeronaves não tripuladas e investiu no desenvolvimento e integração de sistemas que possibilitam o controle do espaço aéreo para plataformas de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM, na sigla em inglês) e Gerenciamento do Tráfego Não Tripulado (UTM, na sigla em inglês).

“Já temos projetos na América Latina, Estados Unidos, Europa e Oceania e agora contamos com o apoio da Speedbird para reforçar nossos planos para o Brasil,” diz Luciano Macaferri, diretor geral da Thales Brasil.

A Speedbird Aero foi a primeira empresa do país autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a realizar entregas comerciais com drones e já possui contratos com iFood, Grupo Pardini, Natura, Claro, entre outros clientes nacionais. Fora do Brasil, a empresa já opera em Israel e nos Estados Unidos e, recentemente, foi a primeira empresa autorizada a voar de um aeroporto internacional ativo em Eilat, Israel, e a fazer as primeiras entregas de material biológico BVLOS de 25km entre hospitais do norte daquele país.

O CEO da companhia, Manoel Coelho, destaca a importância da parceria para ampliar e construir novas relações comerciais.

“A parceria estratégica com a Thales trará a tecnologia e a expertise necessárias no espaço ATM/UTM para apoiar e expandir as operações comerciais diárias da Speedbird BVLOS no Brasil e em outros países. Será um grande passo na construção de operações de entrega de drones comerciais seguras, escaláveis e sustentáveis.”

 

Oportunidades no mercado de drones no Brasil

Entre as tecnologias apresentadas pela Thales no DroneShow estão:

  • UTM, um sistema de Gerenciamento do Tráfego Não Tripulado para um controle mais seguro, econômico e eficiente dos equipamentos;
  • ScaleFlyt Remote ID, dispositivo utilizado para a identificação remota dos drones;
  • EagleShield Idtect, baseado principalmente no Gamekeeper, radar holográfico utilizado para detectar, identificar e classificar drones voando no espaço aéreo civil. Esta última solução é a única do mercado capaz de fornecer cobertura 3D completa, rastreando dispositivos a uma distância de até 7,5 km.

Na avaliação da Thales, o país deve continuar trabalhando para estabelecer um ecossistema seguro, com tecnologia de alto desempenho para uma gestão integrada de tráfego que permita o monitoramento, detecção e classificação de aeronaves não tripuladas, com resposta rápida a casos de ameaça e sem riscos para a aviação civil. Esse cenário gera inúmeras oportunidades para empresas com expertise no segmento aeroespacial, principalmente para aquelas com tecnologia local, vantagem competitiva que deve ser o grande diferencial nesse mercado.

O Brasil deve ser o principal mercado de drones da América Latina e algumas pesquisas, como a realizada pela Drone Industry Insights, estimam que até 2026 esse negócio pode gerar cerca de US$ 373 milhões anuais. Para a Thales, que já tem know-how nesse nicho de mercado – hoje duas em cada três aeronaves decolam e pousam usando a tecnologia da Thales – essa projeção reforça o potencial de parcerias como a que está sendo firmada com a Speedbird Aero.

Nos últimos cinco anos o número de aeronaves não tripuladas quadruplicou no país e alcançou a marca de 94 mil unidades registradas em 2022, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

De acordo com o Diretor Geral da Thales no Brasil, o Brasil é o principal mercado de drones da América Latina e deve movimentar anualmente mais de R$ 2 bilhões até 2026, segundo um estudo da Drone Industry Insights. 

“Temos observado um crescimento exponencial desse ecossistema e à medida em que ele cresce, a complexidade aumenta e surgem novos desafios para a segurança e a proteção, tanto de quem opera esses dispositivos quanto da aviação civil, das empresas e das pessoas em solo. E nós entendemos que o know-how da Thales é crucial nessas questões”, finaliza Macaferri.

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Eduardo Boni

Jornalista e Diretor de Conteúdo do Portal Security Business

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