A SegurPro amplia investimentos em Inteligência Artificial no Brasil. A empresa, responsável pela segurança patrimonial do Grupo Prosegur, vai investir até o final do ano R$ 36,7 milhões em tecnologia e R$ 12,4 milhões em vigilância. De acordo com a companhia, o Brasil é o país que mais utiliza inteligência artificial em suas soluções, tendo diversos projetos com IoT depois da Espanha.
Os principais projetos da SegurPro estão relacionados ao uso de câmeras inteligentes e análise de vídeo, que reconhecem e geram alertas para situações suspeitas, além da automatização do monitoramento. Um case de sucesso é o shopping Recife, onde sua solução de análise com aplicação de inteligência artificial para localização, identificação de pessoas e geoposicionamento para acompanhar vigilantes foi implementada.
Nesse projeto, o shopping substituiu todas as câmeras analógicas por câmeras IP de alta definição, que são gerenciadas por um sistema que é capaz de identificar, por exemplo, se um indivíduo esteve ou não no shopping por meio de uma foto cadastrada — ou encontrar pessoas perdidas no estabelecimento comercial.
Machine Lerning como chave
Atualmente, o Centro de Operações em São Paulo, na Lapa, monitora e controla cada passo de quase 30 mil vigilantes no Brasil, distribuídos em 4 mil pontos no país, muitos em operações no meio de selva, com monitoramento de 6 mil câmeras.
A SegurPro conta com sistemas dotados de inteligência artificial, analíticos de vídeo IoT e robótica, que, com a definição de padrões de comportamento, emitem alarmes quando, por exemplo, uma pessoa entrar em determinado ambiente (área proibida), não portar equipamentos de segurança (no caso de chão de fábricas) ou apresentar comportamento estranho para a situação.
De acordo com Regis Noronha, diretor de Inovação da SegurPro, a chave de tudo é o Machine Learning
“Essa tecnologia é capaz de identificar e diferenciar pessoas de objetos e disparar alarmes com precisão. A Inteligência Artifiical cria comportamentos e vai se aperfeiçoando a cada momento de forma que crio modelos, processos e gestão de cada ambiente, usando a modelagem de machine learning”, detalha.
Inteligência Artificial no Brasil: pandemia impulsiona tecnologias
A jornada pela incorporação de inteligência não é nova e que as primeiras câmeras inteligentes têm cerca de dez anos, e ficaram mais sofisticadas com o passar do tempo.
“As câmeras para segurança patrimonial começaram a ter maior intensidade de uso na pandemia — e aí foi preciso aprender de novo, porque o comportamento mudou e começou, por exemplo, a precisar analisar a temperatura das pessoas e checar se usavam máscaras”, disse.
Com relação à IoT, ele destaca o uso voltado para controle de câmeras frias de indústrias, que têm de manter os produtos conservados e devem fazer o controle de temperatura e do ambiente. Ele destaca também que a inteligência artificial começa a ter modelos preditivos de comportamento, uma tendência de mercado.
“Um exemplo é apontar quando esteiras industriais estiverem correndo algum risco.É preciso ter equipamentos conectados que fazem o controle de temperatura, da pressão, do movimento de espaço, se local sofre arrombamento e emite sinais. Se tem ponto de tensão, isso gera calor e pode romper. Essas coisas estão se tornando mais automáticas e preditivas. É preciso aumentar a aplicabilidade da IA e reduzir erros”, completou o diretor de Inovação da SegurPro.