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Como a Segurança Eletrônica se reinventa

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A Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) realizou uma pesquisa que demonstra isso. O levantamento aponta que 40% das empresas do segmento – indústrias, distribuidores e prestadores de serviço de todo o país – registraram o aumento da procura por soluções de segurança voltadas às novas demandas que surgiram devido à pandemia.

 

Por Selma Migliori*

 

Nenhuma projeção de mercado para 2020 poderia antecipar uma pandemia nessas proporções. É correto afirmar que crises estão previstas, mas a extraordinariedade de um novo vírus surpreendeu a todos.

Ao mesmo tempo em que o perigo da contaminação impôs novas demandas sociais (como máscaras, intensa higiene das mãos e a proibição das aglomerações), não havia tempo hábil para esperar que as fabricantes de tecnologia para segurança desenvolvessem soluções específicas. Assim, nos últimos meses,  o setor de Segurança Eletrônica olhou para seu próprio portfólio e enxergou respostas rápidas para colaborar com a sociedade agora. A reinvenção guiou o setor em tempos de crise.

Contudo, é interessante notar que, entre as tecnologias mais buscadas durante este período, estão as câmeras térmicas e o reconhecimento facial, recursos que já estavam disponíveis e que foram readequados para resolver questões destes tempos — como identificar pessoas com febre e reconhecer pessoas mesmo com o uso de máscara.

Antes do início do isolamento social, as câmeras térmicas — ainda muito utilizadas para constatação de incêndios em florestas, invasão de perímetros — representavam 6,2% das vendas do segmento. Entretanto, após o início da pandemia no Brasil, a comercialização saltou para 13,7%.

 

Segurança na linha de frente

Estes números são significativos, mas uma análise interpretativa dos dados nos leva a resultados ainda mais animadores. O crescimento ilustra a adaptabilidade das soluções do setor que, além de inovação, também investe no aprimoramento contínuo das tecnologias que já existem e, mais do que isso, explícita o avanço do segmento em novos mercados e a potencialidade de novos usos além da segurança.

Se o reconhecimento facial estava ligado às soluções de alto valor agregado, como o controle de acesso em áreas restritas, agora é possível pensar na importância da tecnologia para supermercados, por exemplo, uma vez que o recurso identifica compradores que estejam sem a máscara de proteção obrigatória.

Em resumo, esta possibilidade de intervir positivamente na sociedade a partir das soluções de segurança corrobora com aquilo que a Abese continuamente debate: não existe ecossistema de cidades inteligentes sem a segurança eletrônica.

Enclausurar a segurança eletrônica é um equívoco improdutivo. O que esta situação nos ensina é que a tecnologia está disponível e pode ser utilizada para contribuir no aperfeiçoamento dos transportes, de gestão, saúde, zeladoria, entre outros.

É preciso, de uma vez por todas, entender que o potencial do setor é incalculável. Não apenas pela inovação, escalabilidade e adaptabilidade dos recursos, mas também pela criatividade dos profissionais que compõem o segmento. De fato, independente do cenário, a segurança eletrônica faz parte da solução.

 

*Selma Migliori é Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).

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Fernando Gaio

Jornalista especializado em TI, Segurança e Mídia. Contribui regularmente na Security Business.

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