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Déficit na área Tech cria oportunidades para mulheres

Com a capacitação em TI, através do programa Girls In Cloud, a dataRain procura minimizar o déficit de profissionais neste segmento.

O déficit atual de profissionais na área Tech chega a 106 mil por ano no Brasil, porém, mesmo com o espaço aberto para contratação, as mulheres continuam enfrentando problemas para retornar ao mercado de trabalho no pós-pandemia. Enquanto isso, na Colômbia, pesquisas apontam que apesar da falta de profissionais de TI, apenas 20% dos cargos altos são ocupados por mulheres. Já no Peru, apenas 10% das mulheres optam por trabalhar nesta área. Mas o que esses números significam?

A América Latina ainda precisa evoluir na luta pela igualdade de gênero. Na área de TI, principalmente, o problema se agrava. Porém, esta não é a única carreira que enfrenta a desigualdade de salários entre homens e mulheres ou a falta de oportunidades em cargos altos para personagens femininas. 

Neste Dia Internacional da Mulher, o Project Management Institute (PMI), organização líder mundial em gerenciamento de projetos, compartilhou dados atualizados da pesquisa sobre o estado atual das mulheres no mercado de trabalho. O estudo do PMI ocorreu entre março e abril de 2022, considerando pouco mais de 8 mil profissionais em projetos e tendo participação de duas mil mulheres.

A desigualdade de gênero existe em todos os setores, mas na área da Tecnologia, por exemplo, os gerenciadores de projetos masculinos superam as mulheres em uma diferença de 58%. Globalmente, as mulheres ganham cerca de 20% menos que os homens por trabalho de igual valor. Para gerentes do sexo feminino, a disparidade salarial na maioria dos países está abaixo da média global, mas significativo, no entanto.

No caso do Brasil, a diferença salarial chega a 17%, o que o posiciona em quarto lugar no ranking, que conta com 18 países. Em primeiro lugar está a Colômbia, onde a desigualdade de valores chega a 24% dos casos. México (23%, segundo lugar) e Peru (16%, sexto lugar) estão próximos na tabela. Ou seja, pode-se dizer que o mercado da América Latina é um dos mais desiguais na questão de gênero. 

“Esta lacuna de gênero no emprego é ainda mais acentuada no campo da gestão de projetos, onde o número de gerentes de projeto masculinos supera o número de mulheres gerentes de projeto em 3:1. Em setores relacionados à tecnologia, como Telecomunicações ou TI, estamos próximos a uma relação 8:2. Embora esta disparidade gritante tenha implicações negativas imediatas para as equipes de projeto – 88% do projeto profissionais dizem que ter equipes de projeto diversas aumenta o valor – pode também ter a chave para resolver uma crise contínua para as organizações. Persistem as interrupções globais do trabalho provocadas pela pandemia de Covid-19, impactando uma demanda crescente no emprego orientado a projetos, onde o PMI projeta que 25 milhões de novos profissionais de projeto serão necessários até 2030”, disse Carolina Latorre, Líder Regional de Impacto Social e Juvenil do PMI.


Apesar de sua presença menor no gerenciamento de projetos, as mulheres relatam utilizar métodos ágeis/ágeis e abordagens híbridas com mais frequência do que os homens e são mais propensas a trabalhar para organizações em que são aplicadas essas abordagens. Quando se trata de skills, os gerentes de projeto masculinos e femininos concordam com as quatro principais habilidades que os ajudam a atingir os objetivos organizacionais: comunicação, resolução de problemas, colaboração, liderança e pensamento estratégico. No entanto, as mulheres são ligeiramente mais propensas a ver o valor em cada um destes – e todos os pontos são primordiais na TI. 

Com isso, a pesquisa conclui que uma força de trabalho diversificada abre as portas para equipes mais produtivas, maior satisfação dos funcionários e melhores resultados organizacionais. Juntar ou criar redes com foco no apoio aos profissionais de projetos femininos, pode ajudar as mulheres a identificar oportunidades de carreira, incentivar o aprendizado e o desenvolvimento e ajudar umas às outras a lidar com as desigualdades que enfrentam. Se a desigualdade de gênero fosse amenizada, personagens femininas teriam mais destaque, não apenas na área de Tech, mas também em todos os outros setores. 

“É também por causa dessa necessidade que as habilidades de gerenciamento de projetos são essenciais para uma educação completa para liberar o potencial da juventude e a equidade nas gerações futuras”, acrescentou Carolina Latorre.

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Aurélio Abujamra

Jornalista no portal Security Business

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