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Mecânica Quântica impulsionou as câmeras térmicas

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A medição de temperatura por infravermelho permite medições sem contato físico com os objetos ou corpos analisados. Muito antes da Covid-19, esta tecnologia já era muito difundida em siderúrgicas, portos, supermercados e hospitais, para auxiliar na prevenção ou detecção de incêndios, contrabando, alimentos estragados e da febre.

As bases destas medições foram estabelecidas pela Lei de Planck da Radiação de Corpo Negro, que deu início à disciplina da Mecânica Quântica. Publicada em 1900 pelo Nobel de Física Max Planck, ela analisa os parâmetros de radiação emitida por um corpo com temperatura maior que a ambiente ou de radiação absorvida por um corpo com temperatura inferior a ambiente.

Os estudos de Planck foram baseados na Fórmula Rayleigh-Jeans e na Lei de Stefan-Boltzmann, que no século XIX tentavam definir padrões para analisar a potência da radiação emitida pela agitação térmica dos corpos. Como ponto de partida sabia-se que os corpos com a temperatura de zero absoluto (Zero Kelvin ou -237,15°C), identificados como corpos negros, não emitem radiação, enquanto as altas temperaturas fazem os objetos emitirem uma radiação visível (o ferro em brasa, por exemplo).

A evolução da física ao longo século XX permitiu identificar o comprimento das ondas emitidas pelas radiações térmicas e então conhecer a temperatura de um corpo. Como a temperatura ambiente está no intervalo infravermelho do espectro, usamos frequentemente a expressão ‘medição por infravermelho’.

 

Câmeras térmicas contra a Covid-19

O mercado de segurança eletrônica é grande usuário das câmeras térmicas, uma vez que elas permitem a ‘visão noturna’ e também identificar situações atípicas como movimentações não autorizadas (intrusões) ou objetos suspeitos. Da mesma forma, a área da saúde faz uso corriqueiro da ferramenta. A pandemia uniu os dois setores com a integração da medição de temperatura por infravermelho em algumas câmeras ou com dispositivos dedicados à medição na entrada de centros comerciais, aeroportos e empresas. Com estes equipamentos é possível bloquear o acesso de pessoas com febre e evitar aglomerações, reduzindo assim os riscos de contaminação pelo coronavírus.

De maneira geral, as câmeras podem analisar pessoas paradas ou em movimento, com precisão entre 0,3 e 1°C. Como bônus, ainda possível integrar outras ferramentas para análise das imagens de segurança e verificar se as pessoas estão usando máscaras, disparando alertas, além de gravar e gerar relatórios.

As medições são feitas por sensores acoplados, capazes de medir as radiações térmicas e convertê-las em imagens numa tela de monitoração. As imagens, térmica e real, podem ser combinadas, ampliando as possibilidades de análise.

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Fernando Gaio

Jornalista especializado em TI, Segurança e Mídia. Contribui regularmente na Security Business.

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