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O uso da Inteligência Artificial no ambiente empresarial

O uso ético dos dados na Inteligência Artificial é fundamental para garantir que as tecnologias sejam desenvolvidas e empregadas de maneira responsável.

A Inteligência Artificial se torna cada vez mais relevante em todos os âmbitos da sociedade, principalmente no mercado de trabalho, devido ao seu imenso potencial de trazer agilidade em nossas ações. Com este cenário e uma vida cada vez mais virtualizada, analiso como essencial debater, reconhecer e priorizar a privacidade de dados dos usuários no mundo corporativo. Não por acaso, esse foi um dos temas centrais da RSA Conference, principal evento de cibersegurança global, realizado no início de maio, nos Estados Unidos, reunindo players, pensadores e profissionais do mercado de tecnologia.

 

(*) Leandro Marques I Adistec

 

O uso ético dos dados na Inteligência Artificial é fundamental para garantir que as tecnologias sejam desenvolvidas e empregadas de maneira responsável, envolvendo desde a coleta até a forma como estes dados são armazenados, processados e utilizados em sistemas de IA. Segundo pesquisa realizada pela consultoria Gartner, em outubro de 2023, 80% dos empreendimentos irão utilizar a IA até 2026, o que torna essa reflexão cada vez mais importante à medida que as tecnologias avançam nesse segmento e se integram nas rotinas corporativas, otimizando procedimentos e apoiando decisões.

Devido à crescente digitalização das operações nas empresas, a preocupação com a privacidade de dados resultou em regulamentações específicas como a Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil e a Regulamentação Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR), dentre outras, instituídas para assegurar a proteção deste ativo a todos. Essas normas estabelecem as diretrizes para o tratamento de dados pessoais, incluindo requisitos de consentimento, transparência na forma como as informações são coletadas e a implantação de medidas concretas de cibersegurança.

É fato que boa parte das corporações enfrentam o dilema entre obter informações valiosas dos usuários e proteger sua privacidade. Nesse sentido, reitero que transparência é a palavra-chave para as companhias estarem em conformidade com as regulamentações e, acima de tudo, construírem uma relação de confiança com o usuário. Isso significa que as organizações devem informar seus consumidores em relação ao destino das suas informações, além de estabelecer limites claros sobre quais dados são captados, como eles são utilizados e com quem são compartilhados.

Não é novidade que violações de privacidade podem acarretar danos irreparáveis à marca, que incluem desde danos à reputação (alguns irreversíveis) até sanções previstas na LGPD e processos judiciais dispendiosos por parte de proprietários de informações que eventualmente se sintam lesados devido à violação ou vazamento de dados. Portanto, investir em medidas sólidas de segurança cibernética e privacidade dessas informações não é somente uma escolha ética, mas sim uma estratégia de negócios inteligente. Com a adoção de medidas e ferramentas adequadas, associadas a uma comunicação assertiva, a companhia não somente estará dentro das normas estabelecidas por lei, como passará imagem de credibilidade a todos os seus steakholders.

 

A Ética e a Inteligência Artificial

Outro tema recorrente em conversas sobre a IA é sua utilização de forma ética. Esta tecnologia nos permite extrair insights valiosos das pessoas e com isso temos também a responsabilidade moral de manter essas informações seguras e não compartilhá-las de forma indevida. Além disso, cabe aos gestores supervisionar as IAs empregadas no ambiente de trabalho, fazendo uso de ferramentas como machine learning (aprendizado de máquina) para que não haja falhas, garantindo a transparência dos processos conforme as boas práticas globais.

Com esse olhar, reforço que, na mesma proporção em que a IA continua redefinindo o cenário global de negócios, torna-se imperativo que as empresas priorizem o respeito à privacidade dos dados pessoais. Isso não apenas assegura os direitos fundamentais dos usuários, mas também fomenta a confiança do cliente, garantindo a preservação de uma boa imagem corporativa. Ao harmonizar inovação com a responsabilidade ética, as empresas podem moldar um futuro melhor, onde a tecnologia beneficie todos de forma correta e sustentável.

 

Prevenção contra uso da IA de forma discriminatória

Vale acrescentar que outra consideração importante ao falarmos em Inteligência Artificial é o risco do viés algorítmico. Os sistemas de IA podem manter e amplificar uma direção injusta se forem treinados em conjuntos de dados que refletem preconceitos sociais existentes. Isso pode resultar em discriminação partidária em áreas como justiça criminal contratação e crédito financeiro, entre outros. Portanto, é essencial implementar boas práticas de desenvolvimento ético de IA incluindo a diversidade e representatividade nos conjuntos de dados e a realização de avaliações regulares de tendências.

 

(*) Leandro Marques é engenheiro de pré-vendas da Adistec, especializado em Segurança da Informação

 

 

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Eduardo Boni Pontes

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