Durante a Sessão Potencial das Tecnologias de Segurança Eletrônica em Iniciativas Públicas, no Congresso ABESE 2024, o coronel José Eduardo França, chefe do 3° Centro de Telemática de Área do Exército, compartilhou a trajetória e os desafios enfrentados pelo Exército Brasileiro na adoção de tecnologias de segurança eletrônica.
O coronel iniciou destacando o pioneirismo do Exército na criação, em 1985, do Centro Integrado de Guerra Eletrônica, marco que completará 40 anos em 2025. Originalmente voltado para a análise de espectros eletromagnéticos, o centro evoluiu para incorporar as demandas de segurança eletrônica, refletindo o avanço tecnológico ao longo das décadas.
Ele também trouxe para o Congresso ABESE 2024 um panorama das operações de TI da instituição, com redes privativas que atendem a demandas estratégicas e operacionais. Segundo Cel. França, a integração de diferentes sistemas, bases de dados e dispositivos continua sendo um desafio significativo, considerando especialmente a extensão continental do Brasil e a diversidade de equipamentos usados nas cerca de 700 unidades do Exército espalhadas pelo país.
Ao abordar a segurança nos aquartelamentos, ele apontou limitações e a necessidade de embarcar maior inteligência nos sistemas de monitoramento. Ele ressaltou a busca constante por novas tecnologias e a importância de parcerias com o mercado para superar o legado de sistemas e expandir a centralização de dados e inteligência.
Na esfera operacional, o destaque foi o Projeto Estratégico SISFRON, o maior sistema de monitoramento de fronteiras do mundo, cobrindo mais de 15.000 km e 1,4 milhão de km². Foram detalhados os desafios técnicos e a complexa integração entre forças armadas e agências de segurança, além da infraestrutura de comunicação necessária, que inclui satélites e redes privativas.
Encerrando sua fala no Congresso ABESE 2024, Cel. França enfatizou o potencial do mercado de segurança eletrônica no contexto do Exército, especialmente em projetos de grande porte como o SISFRON. Ele reforçou o papel do setor privado como parceiro estratégico para atender às demandas bilionárias em tecnologia e infraestrutura.
A participação de França foi um convite ao mercado para colaborar na construção de soluções inovadoras, para fortalecer a segurança nacional e atender às necessidades de um país de proporções continentais.