Na quarta-feira, 30/10, a Subcomissão Permanente de Defesa Cibernética do Senado Federal realizou uma audiência pública para discutir as relações entre a segurança nacional e a defesa cibernética. O debate destacou a urgente necessidade de criar uma agência de defesa cibernética no Brasil, especialmente diante do alto número de ataques enfrentados pelo país.
O Brasil figura entre os países com o maior número de ataques cibernéticos no mundo. Conforme o Panorama de Ameaças para a América Latina de 2024, foram registradas mais de 700 milhões de tentativas de invasão virtual em um período de 12 meses, equivalendo a uma média de mais de 1.300 ataques por minuto. Esses dados reforçam a necessidade de uma estrutura mais robusta e coordenada para combater essas ameaças.
A Subcomissão Permanente de Defesa Cibernética, vinculada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), pode propor a criação de um centro de compartilhamento de informações até o final do ano. Este centro visaria unir o setor privado e o setor público na luta contra ataques cibernéticos, fortalecendo a cooperação e a resposta coordenada a essas ameaças.
Participação das Forças Armadas
O comandante de Defesa Cibernética do Exército, general Alan Denilson Lima Costa, enfatizou que os esforços militares no setor de cibersegurança estão à disposição de todas as operações cibernéticas do país. Os núcleos do centro de defesa militar têm atuado desde 2012 com objetivos estratégicos, operacionais e táticos para proteger o espaço virtual brasileiro e fortalecer as relações internacionais na área de defesa cibernética. O general destacou a importância de utilizar essas capacidades não apenas em operações militares, mas também em situações de crise e como instrumento da política externa para contribuir para a estabilidade regional e a segurança global.
Agência de Defesa Cibernética
O senador Esperidião Amin, presidente da Subcomissão, afirmou que a ideia de criar uma agência de defesa cibernética está ganhando força nos debates. “Eu acho que está se consolidando a constatação da absoluta necessidade desta criação,” disse ele. Essa agência seria crucial para coordenar os esforços de cibersegurança, criar mecanismos robustos de colaboração entre o setor público e privado, e desenvolver planos de resposta a emergências nacionais.
A participação do Brasil em iniciativas internacionais, como o Locked Shields, promovido pelo Centro Cooperativo de Excelência em Defesa Cibernética da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO-CCDCOE), é um exemplo da importância da cooperação global na defesa cibernética. Esse exercício, realizado em Talin, na Estônia, reuniu mais de 3.500 profissionais de 41 países e permitiu que especialistas aprimorassem suas competências e capacidades de resposta a incidentes de grande escala no ciberespaço.
Com informações da Agência Força Aérea e da Agência Senado