Segundo uma pesquisa do IDC de fevereiro, só no Brasil, o setor de Tecnologia da Informação (TI) deve crescer 5% em 2023, chegando a um montante de cerca de US$ 80 bilhões em movimentações. O cenário tem o potencial de impulsionar uma variedade de novas tecnologias e modelos de serviço no mercado. Entre as tendências emergentes, o Datacenter as a Service (DCaaS) se destaca.
*Por Márcio Martin I green4T
A crescente demanda por processamento de dados, amplificada pela descentralização dos locais de trabalho e pela digitalização de diversos setores, têm contribuído para a ascensão desse modelo.
O DCaaS permite que as empresas ajustem seus investimentos de acordo com os recursos que efetivamente utilizam. Esta característica torna a solução uma alternativa mais econômica e eficiente comparada ao investimento em gastos de capital (CAPEX) para infraestrutura de TI. Além disso, tendo uma empresa especializada gerindo e oferecendo a infraestrutura, as companhias que contratam o modelo as a service têm mais tempo para se dedicar às estratégias de negócios, focando no crescimento.
Em termos gerais, o modelo Datacenter As a Service é um serviço que possibilita às organizações alugarem capacidade de processamento, armazenamento e rede de um datacenter operado por uma empresa especialista em infraestrutura de TI, sem a necessidade de implementar e administrar suas próprias instalações. Além da significativa economia de custos, existem outras vantagens que têm impulsionado a adoção desse modelo pelas empresas, tais como a escalabilidade e o acesso a tecnologias e serviços avançados.
Entre os principais benefícios do DCaaS estão os seguintes destaques:
- Economia de custos: o DCaaS oferece vantagens financeiras significativas em termos de despesas operacionais (OpEx). Com um data center próprio, as empresas enfrentam custos consideráveis, que incluem a aquisição de terrenos, implementação, hardware, software, além dos custos contínuos com pessoal. Optando pelo DCaaS, as empresas podem converter esses custos fixos em despesas variáveis, pagando apenas pelos recursos que realmente necessitam, evitando, assim, investimentos iniciais elevados.
- Escalabilidade: o DCaaS oferece às empresas a flexibilidade de expandir ou reduzir seus recursos de TI de forma rápida e eficiente. Isso é especialmente benéfico para organizações em crescimento acelerado, permitindo que adaptem sua infraestrutura sem necessidade de investimentos adicionais, impulsionando a capacidade de ganho de escala.
- Acesso a tecnologias e serviços avançados: os fornecedores de DCaaS estão continuamente investindo em inovações, incluindo automação, inteligência artificial e soluções de segurança de última geração. Ao utilizar o DCaaS, as empresas podem se beneficiar dessas tecnologias e serviços avançados sem a necessidade de investir diretamente nelas, melhorando a eficiência e a competitividade das suas operações.
Ao reposicionar a infraestrutura como um serviço, e não apenas em termos de hardware e software, os líderes de Infraestrutura & Operações (I&O) conseguem responder de maneira mais ágil e eficaz às demandas emergentes dos negócios. É crucial entender que o DCaaS não é um produto ou tipo de nuvem, mas sim uma abordagem eficiente de infraestrutura de TI.
Com a implementação do DCaaS, o papel do I&O evolui para exigir uma visão mais integrada dos serviços e fornecedores, mantendo o foco nos indicadores-chave de desempenho e nos acordos de nível de serviço. Esta abordagem dinâmica e flexível é essencial para atender às necessidades dos negócios em constante evolução. Por isso, para as organizações que desejam se manter relevantes e eficientes no contexto atual de negócios digitais, a adoção do modelo é uma estratégia relevante.
Na prática, os líderes que optam por uma estratégia de Datacenter As a Service devem começar por identificar quaisquer problemas potenciais relacionados à entrega de serviço, custos, conformidade, auditoria ou regulamentação. Além disso, ao buscar expandir a capacidade, devem considerar os provedores “como serviço” como uma opção viável para crescimento e transferência. Dessa forma, as organizações serão capazes de acelerar a prestação de serviços e penetrar novos mercados de forma mais eficiente, garantindo, ao mesmo tempo, sua relevância contínua no cenário empresarial digital.
* Márcio Martin é vice-presidente da América Latina na green4T