A flexibilização do uso de drones para pulverização deve ter impactos positivos para o Agronegócio brasileiro nos próximos anos. Essa tendência esteve na pauta da DroneShow, o principal evento da comunidade de drones profissionais da América Latina.
No início de abril, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou a Resolução nº 710, que simplificou regras na aplicação de agrotóxicos, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes sobre áreas desabitadas. A partir de maio, quando ela começa a valer, qualquer drone, independente do peso máximo de decolagem, poderá realizar essas atividades, desde que a uma altura máxima de 400 pés e sempre com contato visual do piloto. Além disso, os operadores não precisarão contratar o seguro específico, chamado de RETA.
Com as novas regras, a expectativa do setor de drones profissionais é de que haja uma corrida pela compra de equipamentos específicos para pulverização, seja por parte dos produtores rurais, seja por empresas que prestam esse tipo de serviço. Isso deve posicionar o Brasil com mais destaque no mercado global de drones na agricultura que, segundo a consultoria Fact.MR, deve fechar 2023 com um faturamento de US$ 3,8 bilhões em todo o mundo. E a tendência é de crescimento, chegando a US$ 14,24 bilhões em 2033.
“Estima-se que existam entre 3 e 5 mil drones de pulverização na agricultura e no setor florestal atuando no Brasil. Mas o potencial de uso pode ser até dez vezes maior devido à vocação agrícola do país. A China, por exemplo, tem mais de 100 mil drones operando na pulverização. Sem dúvida alguma é um mercado gigantesco”, analisa o CEO da MundoGEO, Emerson Granemann.
O evento apresentou modelos de drones específicos para pulverização, e também de empresas de acessórios e softwares, e prestadores de serviços que atuam no agronegócio.