A Microsoft contrata Rodrigo Kede Lima para o cargo de presidente para a América Latina e vice-presidente corporativo. A negociação estava emperrada há quase um ano por causa da IBM, que tentou impedir na justiça americana que seu ex-funcionário fosse contratado pela concorrente.
Na IBM, Kede também era presidente para América Latina. De acordo com a Big Blue, a ida para a Microsoft violava um acordo de não competição, um termo típico de contratos de trabalho de altos executivos visando impedir a ida para concorrentes.
Na visão da IBM, Kede teria condições de usar a favor da Microsoft informações confidenciais obtidas dentro da empresa, além de explorar a relação com grandes clientes para buscar migrações.
Segundo a empresa argumentou na época, o executivo estava entre o 1% de executivos no topo da empresa, tinha acesso ao CEO e a planos da companhia no segmento de computação em nuvem, um dos pontos fortes da oferta da Microsoft.
Carreira meteórica
Kede fez uma carreira de enorme sucesso na IBM, empresa na qual entrou como estagiário, ainda em 1993, para aos 33 anos assumir a posição de CFO e aos 40 o comando das operações no Brasil.
Em janeiro de 2015, Kede foi promovido ao cargo de VP em nível global, residindo em Nova Iorque com o cargo de presidente da IBM para a América Latina. Em 2017, foi promovido a gerente global de serviços.
Em janeiro de 2020, passou a supervisionar as 77 contas mais valiosas da IBM, uma posição descrita como uma “geladeira”. O executivo solicitou a saída da companhia em maio de 2020, quase exatamente um ano atrás, e esperava assumir na Microsoft dois dias depois, o que acabou acontecendo agora, devido a uma decisão numa corte de Nova Iorque tomada em setembro do ano passado, que liberava o executivo para assumir a posição só depois de 18 de maio de 2021.
Na Microsoft, Kede será responsável por toda a oferta de produtos, serviços e suporte da Microsoft na América Latina, e lidera uma operação que inclui 30 escritórios em 22 países.
Na nota de contratação, a Microsoft destaca que Kede é um “líder empático”, com “um profundo conhecimento sobre o que significa Transformação Digital”.
Na empresa, Kede terá a segunda oportunidade de mostrar que pode dar certo fora da IBM. Em 2015, ele deixou a IBM para assumir o cargo de diretor de presidente da Totvs, como parte de um programa de transição de três anos durante os quais dividiria o poder com o fundador da gigante brasileira de ERP, Laércio Cosentino, até assumir totalmente o comando do negócio.