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Videovigilância em nuvem nos aeroportos de Aviação Geral

Videovigilância em nuvem nos aeroportos de Aviação Geral

A Security Business entrevistou José Netto, Country Manager da Eagle Eye Networks no Brasil, para discutir os desafios e as soluções tecnológicas voltadas para a videovigilância em nuvem nos aeroportos de Aviação Geral. 

Na entrevista, José Netto destacou que, embora sejam fundamentais para a aviação civil, os aeroportos regionais enfrentam desafios relacionados à segurança física, proteção de aeronaves e cibersegurança, agravados por limitações de recursos e regulamentações menos rigorosas. Para o Country Manager da Eagle Eye Networks, as câmeras equipadas com inteligência artificial (IA) podem realizar análises como segurança perimetral, reconhecimento facial, detecção de bagagens e comportamentos anômalos, além de rastrear veículos e drones. Essas capacidades não apenas aumentam a segurança, mas também otimizam operações, como o fluxo de veículos e a gestão de recursos. Para aprofundar o tema, a Eagle Eye Networks conta com um white paper sobre as aplicações de True Cloud em aeroportos de Aviação Geral (baixe aqui).

José Netto ainda abordou a importância de proteger os sistemas de videomonitoramento contra ameaças digitais. Ele ressaltou que arquiteturas baseadas em nuvem, utilizando apenas tráfego outbound e economias de escala, permitem que os provedores invistam continuamente em medidas de segurança. Leia abaixo a entrevista completa:

 

Security Business: Quais são as principais vulnerabilidades de segurança enfrentadas pelos aeroportos de Aviação Geral no Brasil, considerando o perfil de operação e as particularidades do tráfego?

José Netto: Os aeroportos regionais no Brasil, apesar de desempenharem um papel crucial na aviação civil, apresentam desafios consideráveis, acredito que relacionado principalmente com a necessidade de uma operação mais flexível, em comparação com os grandes aeroportos comerciais regulares, como segurança física, segurança de aeronaves e cyber segurança, sendo agravadas pela limitação de recursos e regulamentação.

 

SB: Quais medidas de segurança adotadas em aeroportos comerciais poderiam ser adaptadas de forma eficaz para o contexto dos aeroportos de Aviação Geral?

JN: Especialistas sugerem que a segurança pode ser melhorada ao adotar a tecnologia similar a aeroportos comerciais em aeroportos regionais, onde a segurança física e a segurança cibernética ampliadas serão cruciais. Historicamente, as regulamentações de segurança da Aviação Civil não se aplicam a operadores e usuários de aeroportos regionais. No entanto, é frequente que muitos gerentes e usuários de aeroportos regionais em escala menor implementem medidas de segurança semelhantes às encontradas em todos os aeroportos comerciais como biometria facial, AI em perímetro, análise de fluxo, sistemas de detecção e resposta a incidentes, etc. Hoje os provedores de tecnologia já disponibilizam essas soluções em escala menor, e “as a service”, que podem ser adaptadas à realidade operacional e financeira dos aeroportos.

 

SB: Como as câmeras de videomonitoramento podem mitigar as vulnerabilidades e melhorar a consciência situacional?

JN: Muitos aeroportos comerciais regulares usam sistemas de vigilância de alta resolução para alcançar um maior nível de consciência situacional sem exigir da equipe monitoramento em tempo integral. Câmeras podem usar IA para detectar possíveis problemas e notificar automaticamente o pessoal apropriado. Ambas as características beneficiariam também os aeroportos regionais que possuem número bem reduzido de pessoal, tanto para operação quanto de TI. No entanto, um sistema de vídeo baseado em nuvem e projetado permite que os aeroportos de aviação regional aliviem grande parte da carga de trabalho administrando to time de TI, permitindo que eles se concentrem na transformação digital e não em manutenção, ao mesmo tempo tirando proveito do poder de processamento e de economias em escala, em comparação aos grandes aeroportos que usam soluções on-premise.

 

SB: Quais análises típicas de aeroportos de Aviação Geral podem ser realizadas por câmeras com inteligência artificial integrada? Como os insights podem apoiar a segurança e o gerenciamento operacional? 

JN: Por meio do uso de inteligência artificial, as câmeras de segurança podem fazer significativamente mais do que apenas observar de modo passivo, análises como: Segurança de Perímetro, Biometria Facial e Controle de Acesso, Reconhecimento e rastreamento de Veículos, Detecção de Bagagens, Comportamento anômalo, Fluxo, e não menos importante detecção de vida selvagem e drones, tudo isso alinhado a sistemas de resposta a incidentes, que estão hoje cada vez mais acessíveis.

 

SB: Além da segurança, como as câmeras com análise avançada podem otimizar outras operações nos aeroportos de Aviação Geral, como fluxo de veículos e pessoas, e apoio ao planejamento de recursos?

JN: Dados e metadados gerados por essas câmeras ou pelos VMSs que as gerenciam sendo disponibilizados via API de maneira estruturada podem agregar um enorme valor à operação de um aeroporto regional, porém há de se tomar certo cuidado com sistemas que não disponibilizam esses dados de maneira estruturada. Com uma plataforma em nuvem, como o da Eagle Eye Networks, o cliente pode ter certeza que esses dados podem ser disponibilizados facilmente para outras plataformas, como por exemplo, BI que podem fornecer insights importantes e auxiliar os gestores no planejamento tanto operacional quanto de recursos.  

 

SB: Considerando a realidade financeira dos aeroportos de Aviação Geral, como balancear o investimento em sistemas de videomonitoramento com a necessidade de garantir um nível adequado de segurança?

JN: Este é outro ponto em que soluções em nuvem podem fazer a diferença, o fato de plataformas com a Eagle Eye permitir o uso das câmeras do legado, mesmo que sejam câmeras analógicas ou DVRs e adicionar a camada de inteligência e gestão já mencionado, pode impactar muito o balanço entre investimento e a garantia de nível de serviço, além de se beneficiar de uma solução 100% sob demanda, pagando no modelo Opex somente o que está utilizando.

 

SB: Para aeroportos de Aviação Geral, quais são as vantagens e limitações de um VMS em nuvem em comparação com uma solução VMS local, e qual seria a aplicação ideal em termos de custo-benefício e flexibilidade?

JN: VMS em nuvem se tornou bem flexível hoje em dia, com arquiteturas tanto para gravação local com gestão e ventos em nuvem para quando há limitação de banda, soluções híbridas para um nível maior de segurança e redundância e ou até mesmo com gestão e gravação 100% em nuvem, esta flexibilidade que está presente nos principais players globais, no caso da Eagle Eye podemos oferecer os três modelos de arquitetura, e isso mitiga o pensamento que soluções de VMS em nuvem são limitados.

 

SB: Como distinguir uma aplicação True Cloud de uma solução cliente-servidor tradicional, e quais seriam os diferenciais em termos de escalabilidade, acessibilidade e segurança para o contexto da Aviação Geral?

JN: Os sistemas baseados em cliente-servidor são de certa forma fixos, ou seja, a escalabilidade requer atualizações de hardware físico e no que diz respeito à acessibilidade pode ser um fator preocupante e custoso principalmente para operadores com mais de uma localidade. Ao contrário, sistemas True Cloud nativos funcionam em um conjunto de recursos de computação e de rede localizados remotamente e podem expandir ou contrair de forma dinâmica seus recursos. É importante observar que nem todos os VMSs em nuvem se qualificam como aplicações True Cloud. Este termo requer uma definição clara para distingui-lo como VMS em nuvem verdadeira, definições, como Amplo Acesso a Rede, Elasticidade e Escalabilidade, Serviço Medido e Sob Demanda são as principais características que definem uma solução True Cloud. Essas características em plataforma VMS baseada em True Cloud garantem aos CIOs e CSOs de aeroportos regionais e internacionais de pequeno porte que alto desempenho, alta disponibilidade e alta segurança de dados são acessíveis. Especificamente sobre este tópico preparamos um White Paper com informações importantes que podem ajudar bastante.

 

SB: Ao optar por uma solução híbrida com armazenamento local e em nuvem, quais práticas podem reduzir custos com tráfego de vídeo e otimizar o uso da nuvem?

JN: As plataformas de VMS em nuvem oferecem diversas formas para dinamizar os recursos e otimizar o tráfego, isso depende das funcionalidades entregues por cada fabricante, em nosso caso, há muita flexibilidade, desde enviar para nuvem somente os eventos gerados por analíticos e AI, a estipular uma agenda para quando e como os eventos ou gravações podem ser enviadas, exemplo: gravar o vídeo durante o dia e enviar para nuvem durante a noite onde a operação do Aeroporto é menor. Outro ponto que em nosso caso impacta bastante positivamente é que nossa arquitetura utiliza Bridges que não requerem links de IP fixo dedicado, o que pode reduzir bastante o custo da operação.

 

SB: Quais estratégias de cibersegurança são recomendadas para proteger os sistemas de videomonitoramento contra ameaças digitais nestes aeroportos?

JN: À medida que os sistemas de TI dos aeroportos se tornam mais conectados, há maior preocupação em garantir a segurança cibernética. Câmeras de vídeo inteligentes tornaram-se um alvo frequente de ataques cibernéticos. Com Cloud VMS e HaaS (Hardware as a Service), o ônus da segurança cibernética para os aplicativos e o armazenamento muda do usuário final para o provedor. Além disso, arquiteturas em VMSs em nuvem usam somente tráfego outbound, e o isolamento físico da rede das câmeras podem contribuir muito neste aspecto. Outro ponto é que economias de escala permitem e incentivam os provedores de VMS em nuvem a investir continuamente em medidas de segurança e atualizações do sistema.

 

SB: De que forma o retorno sobre o investimento em sistemas de videomonitoramento pode ser mensurado nos aeroportos de Aviação Geral, considerando fatores de segurança, redução de incidentes e melhorias operacionais?

JN: É notório que um sistema em de videomonitoramento em nuvem pode melhorar o ROI (Retorno sobre o Investimento), é claro que o resultado está diretamente vinculado aos KPIs estipulados a estes fatores por cada operação, porém quando se inclui na conta os fatores adicionais gerados por inteligência artificial, disponibilidade de dados, escalabilidade, integrações com outros serviços em nuvem para complementação de oferta, e diversos outros benefícios, podem potencializar o retorno de investimento e melhorar o TCO (Custo Total de Propriedade). 

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Fernando Gaio

Jornalista especializado em TI, Segurança e Mídia. Contribui regularmente na Security Business.

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