O reconhecimento facial por redes neurais ganha mercado no Brasil. Recentemente, a integradora Asper adquiriu os direitos da tecnologia de reconhecimento facial da empresa russa Ntechlab, especialista em ferramentas de redes neurais.
A ferramenta da companhia russa tem como base o uso do algoritmo de reconhecimento FindFace e possibilita a identificação de uma pessoa em uma multidão em milhares de frações de segundo.
Para chegar ao algoritmo escolhido, os testes foram realizados em São Paulo, onde fica uma das filiais da empresa.
Desde 2017, as soluções da NtechLab estão funcionando como parte do sistema de vigilância por vídeo da cidade de Moscou, operado pelo Departamento de Tecnologia da Informação da cidade. A empresa possui parceiros em mais de 100 países em todo o mundo.
Segundo Arthur Gonçalves, CEO da Asper, todos os setores podem ganhar mais produtividade e assertividade com a ferramenta, já que a empresa tem elaborado projetos que vão desde controle de acesso, até identificação do uso EPIs, além de controle de filas, estoques e gestão de linhas de produção.
O investimento da Asper vem em um momento em que a aplicação de tecnologias de reconhecimento facial ganham impulso no Brasil, com o projeto Embarque+Seguro, cujos testes de embarque em aeroportos já dispensam a apresentação de documento com foto.
Para Renato Feio, vice-presidente de vendas da Asper, o uso do reconhecimento facial no país também poderá ser utilizado do ponto de vista da segurança pública.
“As forças policiais terão um aliado muito eficiente, uma vez que criminosos e infratores serão rapidamente identificados pelo cruzamento das bases de registro civil. É possível até mesmo cruzar placas de veículos com a identificação facial. Ao invés de um oceano de dados, a tarefa se torna uma pescaria de aquário”, avalia
Reconhecimento facial: mercado aquecido
A Asper é uma empresa de tecnologia focada no mercado de data analytics, fundada em Brasília, e atua como integradora de tecnologia, com escritórios estabelecidos em quatro capitais: Brasília, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.
O mercado de identificação, ou biometria, é quente, devendo chegar a R$ 1 bilhão até o final do ano, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid).
Um dos mercados mais aquecidos é o de bancos e fintechs, que usam o reconhecimento do rosto como uma forma de evitar fraudes. Além desse, setores como varejo e o comércio eletrônico também estão entre os destaques.