iProov expõe vulnerabilidade em processo de verificação de identidade

Os ataques cibernéticos relacionados à verificação de identidade nos últimos 12 meses foram impulsionados, principalmente, pelos avanços em IA generativa.

Uma vulnerabilidade crítica de verificação do tipo “Conheça Seu Cliente” (KYC) de alto risco no processo remoto de verificação de identidade descoberta pela equipe vermelha da iProov, e que expõe usuários em todo o mundo foi publicada ontem pela MITRE ATLAS.

A contribuição da iProov, que inclui uma visão geral do procedimento, demonstra como ataques de injeção de imagens com troca de rostos (face swap), facilmente disponíveis, podem burlar o KYC em dispositivos móveis. O estudo de caso coloca a empresa ao lado de contribuições de líderes em cibersegurança e tecnologia como a Microsoft, NVIDIA, IBM, Intel, Cisco, Palo Alto Networks, Kaspersky, CrowdStrike e Trend Micro, todos trabalhando em conjunto para moldar as futuras ferramentas e estruturas de defesa.

“A força do MITRE ATLAS reside na amplitude e na qualidade da comunidade que nos apoia. Contribuições de toda a indústria, da academia e do governo – desde descobertas de equipes vermelhas até insights sobre ameaças operacionais – são essenciais para aprimorar a precisão e a abrangência da base da nossa base de conhecimento. Quando as organizações compartilham dados e conhecimento especializado abertamente, coletivamente aumentamos a segurança e a resiliência dos sistemas habilitados por IA e da nação”, afirma Doug Robbins, vice-presidente do MITRE Labs. 

O Diretor Científico da iProov, Andrew Newell, destacou que a publicação deste mais recente estudo de caso pela MITRE ATLAS integra o processo vital de identificação e documentação dessas metodologias.

“Observamos uma explosão de vetores de ataque relacionados à verificação de identidade nos últimos 12 meses, impulsionada principalmente pelos avanços em IA generativa e pela ampla disponibilidade de ferramentas de baixo custo. O ritmo da evolução provavelmente só aumentará, tornando essencial que todas as organizações examinem, o quanto antes, suas próprias defesas contra essas novas táticas.”

O estudo de caso valida a importância crucial de as organizações buscarem fornecedores que tenham sido testados de acordo com a recente norma europeia CEN 18099, a qual estabelece protocolos de teste rigorosos contra ataques de injeção, e representa um avanço significativo nos padrões de segurança de verificação remota de identidade.

 

Compreendendo as vulnerabilidades

A validação pela MITRE destaca uma lacuna crítica de segurança nos setores de serviços financeiros, bancários e de criptomoedas, nos quais a verificação remota de identidade é obrigatória para o cadastro e autenticação de usuários.

A publicação demonstra que as soluções de interação ativa são particularmente vulneráveis porque a detecção ativa de vivacidade depende da análise de artefatos de imagem e do movimento do usuário, que agora podem ser replicados de forma convincente por deepfakes sofisticados gerados por IA. Além disso, substituir a câmera de um dispositivo móvel por um aplicativo de câmera virtual permite que invasores contornem os controles de segurança do dispositivo.

 

Resumo do ataque e impacto na indústria

O exercício de segurança conduzido pelo chefe da equipe vermelha da iProov, Dr. Panos Papadopoulos, teve como alvo específico o processo crucial de verificação de identidade conhecido como Conheça Seu Cliente (KYC), comumente utilizado por aplicativos móveis em serviços financeiros, bancários e de criptomoedas.

 O procedimento de ataque envolveu várias etapas complexas:

 

  • Reconhecimento e Desenvolvimento de Recursos: A equipe vermelha da iProov coletou informações de identidade de usuários e imagens faciais de alta definição de fontes online. Eles obtiveram o Faceswap, um aplicativo para desktop que usa IA generativa para trocar rostos em um vídeo em tempo real.
  • Aquisição de ferramentas: Em seguida, foi utilizado Open Broadcaster Software (OBS) para transmitir um vídeo. A equipe adquiriu o Virtual Camera: Live Assist, um aplicativo para Android que permite aos usuários substituírem a câmera padrão do dispositivo por uma transmissão de vídeo, e que funciona com sucesso em dispositivos Android genuínos, sem root.
  • Geração de Deepfakes: Usando as imagens das vítimas coletadas, a equipe vermelha utilizou o Faceswap para produzir vídeos deepfake ao vivo que imitavam a aparência das vítimas.
  • Acesso inicial e evasão: Durante a fase de verificação de identidade em um aplicativo de serviços financeiros, a equipe da iProov transmitiu o vídeo deepfake usando o OBS e o aplicativo Virtual Camera, método que conseguiu burlar o sistema de detecção de presença.
  • Falsificação de identidade: Essa evasão permitiu que o Dr. Panos Papadopoulos se autenticasse sob uma identidade fictícia, demonstrando que criminosos podem obter acesso a sistemas privilegiados de uma vítima ou criar contas falsas em aplicativos bancários ou de criptomoedas, resultando em prejuízos financeiros significativos.
Picture of Eduardo Boni Pontes

Eduardo Boni Pontes

Diretor de Conteúdo

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