A Add Value anunciou, na última semana, seu faturamento em 2023: R$ 145 milhões, um crescimento de 84% em comparação ao período anterior. As expectativas da companhia para este ano são otimistas – com vendas aceleradas e planos de chegar a R$ 200 milhões até dezembro, alavancados pela Cibersegurança.
“Batemos recorde de vendas e faturamento em 2023. Isso se deve principalmente à nossa estratégia agressiva de expansão com a criação da AddValue Security em 2022, da AddValue Dev em 2023, e as incorporações da Tradesys e HashCloud, as quais ampliaram o portfólio de serviços e produtos, crescendo os mercados de atuação e as oportunidades de receita. Ainda, projetos represados em 2022 foram desengavetados e implementados, mostrando o impulso que tomamos nos últimos anos”, avalia Thiago Spósito, CMO e sócio da Add Value.
Crescimento regional
As perspectivas da companhia para este ano são otimistas e já no início do primeiro trimestre a companhia prevê uma aceleração nas vendas, com planos de chegar a R$ 200 milhões em vendas no ano. Além disso, a Add Value vai aumentar a capilaridade com a criação de novos escritórios nas regiões Centro-Oeste, Sul, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo.
“Ainda que o mercado global siga enfrentando queda no crescimento econômico, inflação mundial alta, guerras e Supply chain, alguns setores no Brasil continuam com boas perspectivas de novos negócios, como Finanças, Saúde e o Agrobusiness. As corporações estão aumentando constantemente sua preocupação com Segurança e Inteligência Artificial, além de voltar seu foco à ampliação de sua Infraestrutura para suportar as novas tecnologias”.
Reposicionamento estratégico e foco na Cibersegurança
Com a criação da Add Value Security em 2022, a empresa consolidou sua qualificação e participação no mercado de Cibersegurança. O ano passado também foi marcado por vários investimentos em aquisições das marcas Hash Cloud (especializada em soluções de nuvem), Tradesys (uma revenda Platinum da Citrix) e a abertura de um braço de desenvolvimento de sistemas e microsserviços, a Add Value Dev.
Nesta entrevista, Thiago Marques, diretor de Desenvolvimento de Negócios Add Value Security, fala sobre o tema e detalha os rumos da empresa para se destacar no mercado brasileiro de Cibersegurança.
A Add Value Security foi criada em 2022. Qual o posicionamento da marca no mercado de Cibersegurança atualmente?
Thiago Marques: Apesar da criação da Add Value Security ser em 2022, a Add Value está presente no mercado de Cibersegurança desde 2015 e vem crescendo ano a ano com novas parcerias e ampliando o portfólio. Atualmente, nossos clientes nos veem como um parceiro estratégico no fornecimento de soluções e principalmente na prestação de serviço especializado, desde implementação, consultoria até o pós como suporte e serviços gerenciados. Atualmente, buscamos atendê-los com serviços e soluções inovadoras para aumentar o nível de maturidade de segurança em nossos clientes.
Vocês fizeram aquisições para crescer nesse mercado. Quais os planos para 2024?
Thiago Marques: As perspectivas da Add Value para 2024 são muito boas e já no início do primeiro trimestre a companhia prevê uma aceleração nas vendas com projeção de faturar R$ 200 milhões no ano. Além disso, a marca prevê aumentar a capilaridade com a criação de novos escritórios nas regiões Centro-Oeste, Sul, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo.
O que levaram em consideração para fazer as aquisições das marcas Hash Cloud e Tradesys? De que forma estão planejando o desempenho das duas frentes para esse ano?
Thiago Marques: As aquisições têm como base nossa estratégia agressiva de expansão. As incorporações da Tradesys e HashCloud ampliaram a gama de serviços e produtos, aumentando os mercados de atuação e as oportunidades de receita. A primeira, que é um revendedor Platinum de marcas como Citrix, SonicWall, Microsoft, Veeam e Sentinel One, amplia a operação da Add Value na avaliação do cenário tecnológico dos clientes, propondo alternativas que se adequem às suas demandas. A aquisição da HashCloud é um importante movimento que visa complementar nosso portfólio de infraestrutura e oferecer soluções da plataforma Amazon Web Services para nossos clientes.
Quais os principais desafios que você enxerga no mercado de Cibersegurança em geral?
Thiago Marques: Sem dúvida, hoje, o principal desafio do mercado como um todo (fabricantes, integradores, consultoria e clientes) é a mão de obra especializada. Nós procuramos desenvolver talentos internamente e desta forma conseguir entregar um resultado ainda mais com o DNA Add Value, mas também temos vagas abertas para busca de profissionais já qualificados.
Olhando para cenário de soluções, a crescente adoção de IA por qualquer pessoa fez com que qualquer um se tornasse um desenvolvedor, levando ao surgimento de mais ataques e mais ameaças. Vemos que ransomware continua em alta, apesar de uma recente pesquisa da Coveware, que agrega dados globais sobre o tema e extorsão cibernética, mostrar que o pagamento de resgates vem diminuindo. Isso deve ser uma tendência em 2024 visto que alguns países já estão proibindo o pagamento de resgates. Por outro lado, portas de entrada como phishing continuam em alta, visto que a escrita de e-mail está mais próximo da realidade com o uso de ferramentas de IA.
Outro desafio crucial é a proteção do usuário, suas credenciais e identidades. Em todas as esferas, seja para acesso a uma aplicação local ou para acesso a nuvem para desenvolvimento, todos possuem acessos diversos e em vários lugares. E sabemos que o acesso a credenciais vazadas é de fácil acesso no mundo deep e dark web.
Como a Inteligência Artificial está presente nas soluções da empresa e como elas podem ajudar o mercado?
Thiago Marques: A Inteligência Artificial já está presente nas soluções há bastante tempo e seu uso vem crescendo com IA generativa também nos centros de detecção com soluções que fazem análises e correlações de eventos em tempos recordes. O uso massivo de AI generativa e machine learning ajuda no aumento de soluções fazendo com que todo tipo e tamanho de empresa possa se beneficiar. Temos que aprender a trabalhar no dia a dia com estas ferramentas com IA. Devemos entender que as soluções precisam ser “ensinadas” no dia a dia para serem cada vez mais efetivas. Portanto, treinamento e capacitação são cruciais.
De que forma a Add Value vai atuar na área de OT?
Thiago Marques: Essa é uma área que mesmo com o crescimento ainda carece de muito investimento em segurança. Temos várias soluções no mercado que tratam especificamente de OT e um conjunto de soluções como firewall com características específicas para tratamento, sistemas de logs para recebimento e tratamento de incidentes e outras ações. Já temos no portfólio soluções para endereçar o problema e vamos investir em capacitação para atuar em novos mercados onde a demanda é maior por estes tipos de soluções.
Como é realizado o trabalho de consultoria no setor de Cibersegurança?
Thiago Marques: O pilar da nossa atuação é entender as necessidades e desafios do cliente e identificarmos como podemos ajudar. Existem clientes que têm uma deficiência de recursos e outros deficiência de soluções. Nosso objetivo é oferecer uma consultoria para cobrir essas lacunas e aumentar a maturidade de nossos clientes.
Alguns clientes precisam somente de orientação, outros de recursos mais dedicados, outros ainda de gestão dos produtos. Para nós isso é fundamental, entender essa demanda para que possamos oferecer o serviço correto, pelo prazo correto e com recursos corretos. A Add Value se preocupa muito com esse tema porque sabemos que conseguir orçamento nem sempre é uma coisa simples, portanto, ele tem que ser muito bem investido.
Quais oportunidades vocês enxergam no mercado de Cibersegurança?
Thiago Marques: Falamos dos desafios e algumas oportunidades estão atreladas a estes desafios. Posso elencar aqui algumas oportunidades para 2024: proteção de identidade, segurança de aplicações na nuvem e projetos de acesso remoto a aplicações.
Um ataque em sua maioria envolve alguma credencial, seja ela legítima ou não e quando esta é de privilégios pior ainda. E com tantas aplicações locais ou em nuvem, a proteção de identidade é um desafio grande.
Outro ponto que temos trabalhado muito é na segurança das nuvens e suas aplicações. O mercado de Cloud está diferente e é muito comum os clientes serem híbridos multicloud. Dessa forma, garantir a segurança das aplicações na nuvem é crucial e um projeto de Cloud Security deve ser tratado em conjunto com a estratégica de adoção das nuvens.
Também é importante tratar dos acessos em projetos de SASE (Secure Access Service Edge) ou ZTNA (Zero Trust Network Access). Este tipo de projeto já é realidade de muitas empresas, mas ainda vemos muitas oportunidades de migração de tecnologias obsoletas para outras mais eficazes e mais seguras.
Algo que parece simples, mas muitos não fazem de uma maneira efetiva, é a gestão de vulnerabilidade e aplicações de Patchs, que muitas vezes evitam o sucesso de um ciberataque.
Em quais verticais a Add Value pretende centrar esforços dentro desse segmento?
Thiago Marques: Temos uma atuação muito forte nos setores Financeiro, Saúde, Serviços e, mais recentemente, Governo. Com a abertura de novas filiais no ano passado e com planos de novas este ano, nosso foco de verticais pode ser feito por regiões e realidades de cada local. Por exemplo, as ações para Goiás podem ser diferentes daquelas projetadas para Ceará ou Minas Gerais.
O setor de Agronegócio é uma vertical que cresceu muito e que se mostra um novo caminho para hackers, já que utiliza muita tecnologia e um ataque pode parar todo o negócio.
Como vocês escolhem os profissionais que trabalham nesse setor da empresa e promovem ações para reter talentos?
Thiago Marques: A primeira ação é anunciar as vagas internamente, nossos embaixadores se candidatam e, pelo nível de comprometimento que temos, eles nos ajudam com estas divulgações quando não temos este skill dentro de casa. Desta forma buscamos por meio do networking. Com o perfil definido, buscamos em nossa malha de contatos diretos que são pessoas “pinçadas” no mercado. Por último, o mais tradicional, por meio de recrutadores e mídias.
Sobre a retenção de talentos, posso apontar o fator clima organizacional, aliado ao trabalho remoto, a capacidade de investir em desenvolvimento e formá-los, faz com que consigamos trazer pessoas com menos experiência e auxiliarmos este profissional no processo/jornada de evolução.